Boa Esperança do Norte – Uma mãe moradora do município passou por um momento de grande frustração. Seu filho, de dois anos e meio, chegou a frequentar um dia na creche municipal, mas logo precisou parar. Isso aconteceu porque, apesar da matrícula, não havia vaga confirmada no sistema. O caso ocorreu no Maternal 1, em uma creche localizada na sede do município, e envolve um intervalo de um mês entre o primeiro contato da Secretaria Municipal de Educação com a família e o retorno dos pais. Segundo a Secretaria, havia uma vaga disponível inicialmente, mas os responsáveis só retornaram comunicação cerca de 30 dias para confirmar o interesse. Nesse período, todas as vagas foram preenchidas.
Promessa de vaga aumentou a expectativa da família
Conceição, como foi identificada, mora na cidade com o marido desde o início do ano. Segundo ela, o esposo procurou o secretário municipal de Educação. Na ocasião, o gestor teria garantido verbalmente uma vaga para o menino.
No dia 13 de maio, uma funcionária da creche entrou em contato e informou que havia uma vaga. Diante disso, Conceição reuniu os documentos e realizou a matrícula no mesmo dia. Como resultado, o filho foi para a escola na manhã seguinte, cheio de entusiasmo.
Surpresa desagradável encerra alegria rapidamente
No fim da tarde de 14 de maio, Conceição recebeu uma ligação da creche. A funcionária pediu que o menino não fosse mais levado, pois a sala estava lotada. Logo depois, a diretora também telefonou. Ela pediu desculpas e explicou que a criança precisaria entrar em uma fila de espera.
“Criaram uma expectativa na gente”, desabafou Conceição.
“Meu filho acordou todo animado, e depois não entendeu por que não pôde voltar.”
Além disso, ela contou que o menino ficou muito triste ao ficar em casa, sem entender o que aconteceu.
Pais buscaram novamente a Secretaria de Educação
Após a ligação da escola, o pai da criança voltou à Secretaria de Educação. O secretário informou que não havia mais vagas disponíveis para a faixa etária do menino. Além disso, explicou que a educação infantil para crianças com dois anos e meio não é obrigatória por lei.
Mesmo assim, Conceição expressou sua indignação:
“Se tivessem dito antes que não tinha vaga, tudo bem. Mas aceitaram a matrícula, pediram material. Eu comprei tudo. Ele foi um único dia pra escola. A minha indignação é essa: por que deixaram ele ir, se não tinha vaga?”
Secretário comenta caso, após contato da reportagem
O secretário municipal de Educação, Itamar Porto, confirmou ao Jornal da Boa Esperança que conversou com o pai da criança em abril e, na ocasião, informou que havia uma vaga prevista para o turno da manhã. No entanto, a família só procurou a unidade escolar no dia 13 de maio — cerca de um mês depois. Nesse intervalo, a vaga foi preenchida por outra criança.
Apesar disso, a escola aceitou a matrícula sem verificar previamente no sistema se a vaga ainda estava disponível, o que levou à liberação da criança para assistir aula. O erro de procedimento na unidade gerou a falsa expectativa de que a matrícula havia sido efetivada com sucesso.
Comunidade pede atenção do poder público
A história de Conceição representa muitas famílias de Boa Esperança do Norte. A falta de vagas em creches públicas continua sendo um problema sério. Muitas mães e pais precisam trabalhar, mas não têm com quem deixar os filhos pequenos.
Por isso, é fundamental que o poder público melhore a organização das matrículas e a comunicação com os moradores. A confiança da população depende de atitudes claras, organizadas e respeitosas. Além disso, o acesso à educação infantil precisa ser tratado como prioridade.