Boa Esperança do Norte – Na sessão da Câmara Municipal, realizada na segunda-feira 19 de maio, a vereadora Professora Joana denunciou o abandono do distrito da Água Limpa. Moradora da região há 12 anos, ela pediu respeito aos moradores e chamou atenção para o descaso da gestão Calebe com a escola local.
Ela relatou que pais e mães reclamam da situação da escola municipal. De acordo com ela, os principais problemas são:
- Falta de alimentos para os alunos;
- Poucos materiais de limpeza;
- Ausência de computadores para os professores;
- Salas de aula sem ar-condicionado.
“Nunca vi um descaso como está acontecendo agora”, afirmou Joana.
A falta de ar-condicionado em salas de aula da escola na Água Limpa foi tema de uma reportagem do Jornal da Boa Esperança, no dia 13 de maio.
Falta de diálogo com a população
Além disso, Joana criticou a a administração municipal por ignorar as demandas da comunidade. Segundo ela, a gestão não consulta os moradores antes de tomar decisões importantes.
“Nunca nos consultam sobre nada. Somos um povo trabalhador e merecemos respeito.”
Mesmo sem apoio do Executivo, ela contou que se envolveu na organização de um evento oficial no distrito. No entanto, a prefeitura não a convidou para participar, o que gerou revolta.
Joana é a única parlamentar eleita com base nos votos da Água Limpa.
“Fui excluída de uma atividade na comunidade onde vivo. Isso mostra desrespeito com todos os moradores.”
Presidente da Câmara rebate críticas
Logo após o discurso, o presidente da Câmara, Marcão da Boa Esperança, respondeu com dureza. Ele acusou Joana de fazer política com as críticas.
“Temos que sair do palanque”, declarou, em tom irônico.
Ele ainda citou duas diretoras de escola para rebater as denúncias. No entanto, Joana apontou vínculos políticos dessas diretoras com o prefeito.
“Uma foi candidata com ele, e a outra é amiga pessoal. Eu tenho provas”, disse a vereadora.
A troca de acusações aumentou a tensão. Marcão reagiu:
“Água Limpa não é sua, vereadora Joana.”
Vice-prefeito minimiza denúncias e pede paciência
O vice-prefeito e secretário de Obras, Jair Obregão, também falou durante a sessão. Ele tentou reduzir o peso das críticas, afirmando que não existem problemas graves nas escolas. No entanto, reconheceu que o debate é necessário.
“Estamos há cinco meses de gestão. Precisamos de paciência”, comentou.
Ele prometeu voltar à Câmara para prestar novos esclarecimentos. Obregão também disse que mantém laços com a população da Água Limpa.
Sessão termina com clima pesado
Nos minutos finais, Joana tentou continuar falando, mas Marcão a interrompeu diversas vezes. Em um dos momentos, ele exigiu que ela usasse a expressão “vossa excelência senhor vice-prefeito” — o que causou desconforto no plenário.
Apesar disso, Joana não recuou:
“Não estou inventando nada. As crianças estão recebendo banana gelada na merenda. Isso é inaceitável.”
O prefeito Calebe Francio acompanhou a sessão, mas preferiu não comentar, mesmo após ser citado várias vezes.
Por fim, a sessão terminou em clima de tensão. O episódio mostrou o desgaste entre vereadores, prefeitura e a comunidade da Água Limpa, que continua exigindo mais atenção e dignidade do poder público.
