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Quando o Passarinho volta apaixonado (e marombado)
Imagem: Júnior Souza/JBE

Crônica: ‘Quando o Passarinho volta apaixonado (e marombado)’

03/05/2025

Boa Esperança do Norte – Aos poucos, a cidade deixa de ser apenas um nome no mapa para se firmar como município de verdade, com suas estruturas próprias, suas figuras públicas e, claro, seu povo. Nessa fase de transformação, é interessante notar que a construção dessa nova realidade não se dá apenas pelos nomes que estampam uma mesma visão. Ela envolve a todos – desde o cidadão anônimo, que luta diariamente para sustentar sua família, até o prefeito, alvo constante de críticas (por dever e por escolha, diga-se de passagem).

Era com esse olhar reflexivo que este cronista pensava sobre Boa Esperança, até que um velho conhecido reapareceu e mudou o rumo da prosa. Ele estava sumido havia dias. Diziam por aí que havia se apaixonado e que, motivado por esse novo amor, passou a frequentar uma academia. E não é que apareceu diferente? Um pouco mais “troncudinho”, como diriam por aqui.

Sim, Passarinho voltou. Para quem não conhece, é o fofoqueiro mais famoso da cidade – aquele que parece saber de tudo e de todos. E não voltou discreto, não. Veio mais afiado do que nunca. Mal sentou à mesa e já soltou:
– Que história é essa de o “Cronista da Boa Esperança” estar apaixonado por uma musa inspiradora?

E, como quem repete o que ouviu por aí, emendou:
– Um passarinho me contou!

Ao perceber que eu desviava do assunto, ele fez o que sabe fazer melhor: espalhar insinuações com ar de quem tem certeza do que fala.

Enquanto ele falava, reparei que além do novo porte físico, Passarinho também estava mais vaidoso – até ajeitou a sua conhecida gravata imaginária antes de lançar suas teorias. E não fui só eu que notei. Parte do público feminino da cidade – incluindo as leitoras do Jornal da Boa Esperança – andava comentando não só sobre seu súbito desaparecimento, mas também acerca de sua repentina dedicação à musculação. O motivo? Dizem que é por causa da “psicopedagoga”, moradora local.

Nos encontramos numa lanchonete (vamos manter o nome em segredo para não perder o charme). Estávamos à espera de dois outros personagens: um distinto diretor de jornal e o mais novo contratado da empresa. Mas, como eles nunca chegaram, ficamos apenas Passarinho e eu. Pedi mais uma cerveja.

Foi quando o amigo fofoqueiro, enfim, abriu o jogo. Disse que estava amando de verdade. Pode parecer invenção deste cronista, mas ele, todo sentimental, pediu a um cantor ali presente que tocasse uma moda sertaneja. Segundo ele, precisava ouvir para acalmar o coração apaixonado.

E assim seguimos: entre política, paixão e piadas – o cotidiano de uma cidade que está aprendendo a se reconhecer como município, com todas as suas alegrias, fofocas e transformações.

Cronista da Boa Esperança

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Renato de Souza

Doutor em Letras pela Universidade Federal do Rio Grande, Renato de Souza é o jornalista responsável pelo Jornal da Boa Esperança (DRT: 50317/SP). Com ampla experiência em jornalismo digital, rádio e assessoria de comunicação, é também escritor e editor, autor de seis livros publicados de forma independente. Renato é pesquisador em Literatura, com interesse especial pelas crônicas de Plínio Marcos, e atua como produtor cultural e professor, dedicando-se à promoção da escrita criativa e do diálogo entre literatura e sociedade.

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