Boa Esperança do Norte – A crônica desta semana se ergue como um grande palco iluminado, onde a cidade se apresenta em três atos. Bastidores, personagens e reviravoltas compõem o enredo da nossa política cotidiana – sempre com uma pitada de drama, comédia e, claro, muita observação.
ATO UM – Asas no Palácio. A prefeita da cidade… ops, a esposa do Galego… aliás, falamos do prefeito. Quem nos trouxe a confusão nominal foi ele mesmo: o Passarinho, mensageiro oficial das horas comerciais e também das outras, menos protocolares. Nosso informante andou fazendo um tour pelas secretarias do município. Exceto pelas duas sob domínio direto – a do vice e a da primeira-dama-secretária –, as demais andam em clima de tensão. Dizem por aí que a atuação política da primeira-dama tem causado ruídos, desconfortos e até uns chiliques velados entre os demais secretários. Se seguir nesse ritmo, logo vão dizer que o nosso Passarinho, tão pontual em seus informes, veste paletó e integra o staff do Galego. Não integra, mas observa. E canta.
ATO DOIS – Cena flopada. No último domingo, Boa Esperança viveu um espetáculo social de outro tipo. Foi público – como se esperava –, mas Passarinho quer ser reconhecido como fonte exclusiva. Uma líder autointitulada convocou uma manifestação em defesa de seu ex-presidente favorito. O problema não foi o chamamento, mas a audiência: esperava-se um mar de gente; apareceu só uma poça. Como dizem os jovens, “flopou”. A suplente de vereadora (em mandato provisório) viu sua liderança derreter numa manhã que ficou para a história. E para completar a encenação, o Galego apareceu na manifestação, mas parecia desconfortável, como quem foi forçado a um papel que não ensaiou. O fiasco rendeu até meme numa página da Internet. A cartilha política, ao que parece, não foi bem lida.
ATO TRÊS – Palmas para o Passarinho. Nos últimos dias, o Mensageiro desfilou pela cidade com peito estufado e asas vistosas. Não era amor, nem paquera nova – era orgulho mesmo. O motivo? Uma notícia que, dessa vez, não foi ele quem trouxe, mas que o deixou faceiro: o Jornal da Boa Esperança agora integra a Associação Nacional de Jornais (ANJ). Sim, aquela! Até então, o único representante de Mato Grosso era o respeitado jornal Gazeta Digital, de Cuiabá. Agora somos dois – e um deles é nosso. Enquanto o cronista narra, Passarinho caminha pelas ruas como se fosse o próprio editor-chefe do jornal. Radiante. Merecidamente. Afinal, há momentos em que a crônica se transforma em manchete.
Cronista da Boa Esperança