Boa Esperança do Norte – Abril vai chegando ao fim, trazendo consigo a impressão de que algo importante está prestes a acontecer. Essa sensação, sutil mas insistente, não escapa ao nosso olhar. Com a chegada das festas populares, tradicionais nesta época do ano, despontam também sinais discretos de uma transformação silenciosa no comportamento da cidade.
Em meio a esse clima de expectativa, algo estranho aconteceu, com direito a um trocadilho: o Passarinho sumiu! Isso mesmo – o fofoqueiro mais rápido de Boa Esperança desapareceu sem aviso, como se tivesse sido engolido pelo próprio mistério que costuma espalhar.
E ninguém sabe ao certo onde ele foi parar. Teria se refugiado em algum de nossos distritos? Ou estaria escondido entre nós, camuflado no cotidiano, observando em silêncio?
Boatos – surgidos em mesas de bar e esquinas mal iluminadas – apontam para uma revelação surpreendente: Passarinho teria sido visto… numa academia da sede municipal. Isso mesmo. Teria ele trocado os “causos” por pesos e esteiras. Mas o que estaria por trás dessa mudança repentina?
Brincando com a situação, o cronista comentou – feito, vejam só, um verdadeiro fofoqueiro:
“Fiquei sabendo que o Passarinho agora está solteiro. A ex-namorada não suportou dividir a fama que ele conquistou em cada rua desta cidade. Agora, sozinho, ele se dedica a puxar ferro, preparando-se – dizem – para algo grande que está por vir.”
Algo grande… Ou seria algo audacioso?
Ocorre que as festas de abril, maio, junho – e quem sabe até julho – estão sendo organizadas a todo vapor. O senhor plumado quer estar pronto. Talvez para dançar. Talvez para enfrentar algo que nem nós, atentos observadores, conseguimos ainda entender.
Nos bastidores, há muita especulação: será que ele enfrenta uma crise? Ou estaria apaixonado por uma certa psicopedagoga? Ou… estaria se preparando para algo que vai abalar as estruturas da nossa pacata Boa Esperança?
Por enquanto, o mistério permanece. Mas os sinais estão aí para quem quiser enxergar: olhares atravessados nas praças, sorrisos desconfiados nos corredores da prefeitura, passos apressados nas ruas ao entardecer.
Alguns podem pensar que crônicas são apenas textos leves… Enganam-se! São espelhos do que se move nas sombras da cidade. As festas, os personagens, as ausências… tudo revela mais do que parece.
E enquanto a trama se desenrola, nosso Passarinho segue: supostamente solteiro, supostamente sumido e – dizem os mais atentos – cada vez mais vigiado.
Preparem-se. Os próximos capítulos desta novela do cotidiano prometem surpresas.
Cronista da Boa Esperança