Boa Esperança do Norte – Quando o cronista diz que anda sem pressa por nosso cenário de mundo, não vale a pena discutir. O território é grande, e sempre tem um amigo “passarinho” disposto a manter a gente bem informado.
Aliás, toda vez que vamos atrás das últimas notícias, os leitores já ficam naquela expectativa. Mãos se esfregam, olhares atentos, todos na torcida para que o Cronista da Boa Esperança traga aquele olhar diferente – nem que seja torto – sobre os fatos locais. E olha que assunto por aqui não falta.
Hoje, vamos fingir que é um daqueles dias em que tudo parece demais. Até pra gente aqui no Jornal. Na última crônica, por exemplo, ficamos sabendo que o Passarinho – nosso correspondente alado – reapareceu com novidades. Pessoais, digamos assim. Disse que andava sumido por conta de pensão atrasada. Não ficou claro se foi preso ou se apenas se escondeu no mato.
Mas vamos ao que interessa: não se fala em outra coisa em Boa Esperança.
A musa das nossas crônicas está de visual novo. Sim, ela mesma! A deusa da Avenida Brasil, aquela que tempos atrás foi vista dentro de um carro oficial, agora surgiu com novo corte de cabelo, novo olhar, novo tudo.
Quando ela lançou aquele olhar de canto – que uns chamam de intimidador, outros de sedutor – o cronista teve certeza: ali tinha material de sobra pra uma boa crônica. Como um escriba medieval, foi anotando mentalmente cada detalhe do novo traço da musa.
Mas as surpresas da semana não pararam por aí.
Outro episódio chamou a atenção: o prefeito. Ou melhor, uma visão inusitada do prefeito. Por alguns segundos, o cronista até esfregou os olhos. Seria mesmo ele? A pé? No meio do povo? Caminhando por um chão de terra batida, com poeira e pedra solta?
Ledo engano, como diria o poeta Ivo. Era só um vídeo postado nas redes sociais. Uma aparição cuidadosamente filmada, editada e publicada. Uma miragem, diriam os céticos. E com toda razão.
Pra fechar, um pequeno relato de bastidor.
O cronista entrou numa farmácia – ou melhor, num comércio que se diz farmácia, mas vende de tudo um pouco. Como sempre, estava à procura de tipos humanos para a próxima história. Olhou em volta, farejou o ambiente.
Foi quando avistou um tipo muito concentrado, examinando o preço de um produto. Curioso, o cronista se aproximou. O sujeito, ao perceber, lançou um olhar desconfiado, como quem reconhece de longe aquele que transforma conversas do dia a dia em crônica de jornal. Sem perder tempo, saiu apressado. Provavelmente já sabia: dali poderia sair história para mais de metro… e, claro, para todo mundo ouvir.
Cronista da Boa Esperança