Boa Esperança do Norte – Vamos ao ponto. Em Boa Esperança, “fofoca” é, com frequência, sinônimo de informação privilegiada. E o “quase sempre” quer mesmo dizer “sempre”. Nosso dicionário boa-esperancense segue em construção: “Passarinho” é uma persona artística – existe, sim, embora apareça apenas quando lhe convém. Uma espécie de espírito cênico que ronda os bastidores da cidade.
Agora vamos aos atos mais recentes dessa peça em cartaz. O governo do Galego anda… digamos, num ritmo próprio. A “boca pequena” diz que não se vê mais ele em aparições públicas sem a primeira-dama ao lado, de mãos dadas, como se os dois formassem um corpo só – ou, quem sabe, uma defesa mútua. Casal apaixonado? Talvez. Freud explicaria – ou, no mínimo, anotaria no caderno daquilo que chamamos por aqui de “psicologia das aparências”.
Outro personagem que ganhou destaque nos nossos registros foi o agora ex-secretário de Finanças, André Fenske. Ao Jornal da Boa Esperança, o vereador respondeu ao pedido de entrevista – num gesto que parece simples, mas carrega significado: em Boa Esperança, fazer parte da base do governo não significa, necessariamente, estar alienado. Há quem siga na situação, mas conserve autonomia. Há vereadores que falam, agem e pensam com voz própria. E isso também é notícia.
Na sequência, temos mais um ato patriótico nos palcos da cidade: uma manifestação em defesa de um ex-presidente da República. O cenário? Um trevo rodoviário. O povo se reuniu. Quem nos contou? Vamos fingir que, desta vez, não foi o nosso mensageiro oficial – que costuma estar em todas. A notícia era quente – daquelas que os jornalistas chamam de hard news – e quase escapou da moldura crônica. E quem estava lá, protestando contra o STF? Ela mesma: a querida “Influencer!” e seu inseparável sombrero, organizadora de outro ato que, inclusive, já foi personagem por aqui.
Enquanto tudo isso se desenrola no palco principal, lá no canto, quem surge é Passarinho, mais uma vez. Com o ar de quem sabe mais do que diz, solta ao cronista: “Agora é a ultra novidade!”. Falou com aquele tom típico de quem acredita estar prestes a mudar o mundo com uma notícia. Disse que tem algo novo, fresquinho, do jeitinho que o povo gosta. Mas, segundo nosso mensageiro, só poderá revelar… na próxima crônica. Pois é, desta vez, ele nos deixou na mão. O cronista teve que se virar com seus cadernos de anotações e reflexões sobre a tal “psicologia das aparências” – e outras “logias” da vida boa-esperancense.
“É pra valorizar o passe”, arrematou Passarinho, antes de sair voando por aí em busca de mais segredos bem guardados.
Cronista da Boa Esperança