Boa Esperança do Norte (MT), 21/11/2025, C
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Nova regra pode deixar o feijão mais caro em MT
Imagem: Aprofir/Reprodução

Nova regra pode deixar o feijão mais caro em MT

08/10/2025

Mato Grosso – Uma nova regra sobre irrigação, aprovada pelo Congresso, pode aumentar o preço do feijão e de outros alimentos básicos. A Aprofir, associação que reúne produtores de feijão e irrigantes de Mato Grosso, fez esse alerta.
Segundo os produtores, as mudanças podem encarecer a produção e afetar o bolso do consumidor.

Governo muda o horário de irrigação com desconto

Antes, os agricultores podiam irrigar com desconto de energia entre 21h30 e 6h. No entanto, a Medida Provisória 1300/2025 tirou esse horário fixo. Agora, as distribuidoras de energia decidem o período de desconto, seguindo regras da Aneel.

De acordo com Hugo Garcia, presidente da Aprofir, isso pode obrigar os agricultores a irrigarem durante o dia, entre 10h e 16h. Esse é justamente o horário mais quente, o que aumenta a evaporação e reduz a eficiência.

“Se irrigarmos nesse horário, vamos gastar muito mais água. Isso aumenta os custos, prejudica o meio ambiente e pode até cozinhar a planta no sol do Centro-Oeste”, afirmou Garcia.

Custo maior no campo afeta a mesa da população

Garcia também explicou que o custo da energia mais alto chega direto ao consumidor.

“Quanto mais cara fica a energia, mais caro fica o feijão e mais cara fica a cesta básica”, disse.

Além disso, o setor enfrenta outro problema antigo: a falta de repasses federais. Desde 1988, quase 20% do orçamento previsto para irrigação no Centro-Oeste não foi aplicado. Dessa forma, segundo cálculos da Aprofir, o prejuízo já passa de R$ 5 bilhões.

Por isso, os produtores afirmam que o governo precisa agir com urgência para evitar mais perdas no campo.

Produtores criticam falta de investimentos da Energisa

Outro ponto levantado por Hugo Garcia foi a atuação da Energisa. Segundo ele, a empresa renovou sua concessão por mais de 30 anos, mas não apresentou um plano de investimento adequado.
Assim, os produtores continuam sem apoio técnico e com custos cada vez maiores.

Além do impacto financeiro, essa situação desanima quem vive da agricultura. “O pequeno produtor é o que mais sofre, porque depende da irrigação para plantar e colher”, comentou Garcia.

Mato Grosso avança nas exportações, apesar dos desafios

Mesmo com todos esses desafios, o setor segue avançando. Mato Grosso já exporta feijão-de-corda, gergelim, amendoim, chia e alpiste. Os principais compradores são países da Ásia, como China e Índia.

Nesta semana, dois técnicos da Aprofir viajaram para a China. O objetivo é firmar uma parceria com uma academia de pesquisa em gergelim e trazer novas tecnologias para o campo.

“Hoje Mato Grosso é o fiel da balança na produção nacional de feijão e pode se tornar referência também em outras culturas especiais”, concluiu Garcia.

Por fim, o setor acredita que, com diálogo e investimento, será possível equilibrar os custos e manter a produção forte em todo o estado.

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Renato de Souza

Doutor em Letras pela Universidade Federal do Rio Grande, Renato de Souza é o jornalista responsável pelo Jornal da Boa Esperança (DRT: 50317/SP). Com ampla experiência em jornalismo digital, rádio e assessoria de comunicação, é também escritor e editor, autor de seis livros publicados de forma independente. Renato é pesquisador em Literatura, com interesse especial pelas crônicas de Plínio Marcos, e atua como produtor cultural e professor, dedicando-se à promoção da escrita criativa e do diálogo entre literatura e sociedade.

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