Boa Esperança do Norte – “A nossa imagem surge de um céu distinto.” Foi assim que ouvi, da boca de um povo, a afirmação orgulhosa de que vivem sob “o céu mais bonito do Brasil.” Quem escuta, talvez se surpreenda ou até duvide, segurando-se para não cair da cadeira. E, se me permitem, confesso: este cronista está, de fato, caindo de paraquedas – literal e figurativamente – nesse cenário de mundo chamado Boa Esperança.
Por aqui, a ideia de grandeza paira no ar, quase como se o povo local tivesse a altivez de um gaúcho falando de suas planícies. E por que não? Sob esse céu querido, há descendentes de gaúchos e também gente vinda de outros estados, compondo um mosaico de culturas que dá vida à Boa Esperança. Este cronista, no entanto, já adianta: o que vem de cima – seja o céu ou minha própria visão “elevada” de “Grande Irmão” – não será o mais importante nas nossas Crônicas da Boa Esperança.
Nesta novela do cotidiano que se inicia, todos e tudo podem se ver expostos. E, se alguma semelhança com o famoso “Big Brother Brasil” lhe vier à mente, fique tranquilo: qualquer coincidência é intencional. Afinal, se na televisão há indiscrições, polêmicas e aquela profusão de gente dando “bom dia a cavalo” ou falando o que pensa para quem quiser ouvir, aqui na nossa versão local haverá de ter algo parecido.
Do alto, enquanto meu paraquedas flutua sobre um chão pintado de verde e vermelho, começo a avistar um povoado rico em humanidade e histórias para contar. Um passarinho, daqueles que gostam de espalhar novidades, pousou no meu ombro e apontou com o bico, como quem indica um lugar específico: “É ali! É ali!”
“Ali onde?”, perguntei. E o passarinho respondeu: “Naquele terreno supostamente de um político com mandato público, onde veículos da prefeitura foram estacionados.” Um questionamento inevitável surgiu: o ato é legal? A pergunta, desta vez, não foi minha, mas do passarinho curioso que me acompanha.
Enquanto o paraquedas me leva em direção à Praça Central de Boa Esperança do Norte, o passarinho, agora ainda mais falante, começa a narrar a criação do “município mais novo do Brasil”, a recente eleição de prefeito, vice-prefeito e vereadores, e, claro, a existência de uma “base aliada” no poder local.
No meio dessa conversa, começo a desconfiar: seria esse passarinho um mensageiro ou um corvo travestido de amigo? Ainda não sabemos. O que sabemos é que, como em todo bom Big Brother, novidades virão à tona – e, claro, acompanhadas de muitas emoções.
Que venham as próximas histórias!
Cronista da Boa Esperança