Boa Esperança do Norte – O tempo voa para este cronista, e escrever uma vez por semana não é moleza. A gente some, mas quando reaparece, não tem escapatória: é escancarar tudo e voltar “praquela pose confortável” – como se fôssemos aposentados com renda gorda. Não é o caso, aviso logo.
A verdade é que voltamos à rotina de domingo. E é ela que nos leva a tratar hoje de um tema que nos diverte – e, pelo que tudo indica, diverte boa parte de nossos leitores.
Depois de sete meses de coluna no Jornal da Boa Esperança, já dá pra dizer que temos alguns de nossos tipos bem definidos. Tem aqueles que leem, riem, comentam, compartilham e ainda nos dão o merecido crédito. Esses são ouro.
Fora esses, temos de tudo um pouco. Tem o famoso hater, que – se não está bajulando certo galego – aparece nos comentários com a empolgação de quem acaba de perder mais uma partida de bocha e não consegue segurar a emoção.
Tem também os e as que adoram uma fofoca. E a gente entrega, claro – mesmo que em forma de “bastidores” – só pra manter esse povo bem atualizado. E não é que, na última crônica, surgiu um novo tipo de leitor? Daquele que aparece para defender “persona pública” como se fosse advogado de família. E, vai saber, talvez seja mesmo.
Deixemos claro: quando o cronista fala dos seus leitores, fala com entusiasmo. Afinal, a gente só escreve pra ser lido. E é uma alegria ser lido até por quem não gosta da gente – e até por quem não consegue captar o “real espírito” de uma… crônica.
Agora corta para a Avenida Brasil. O cronista, à sombra de um poste, observa disfarçado. E eis que ela ressurge. De novo na carona de um carro oficial. Elegante, roupa aparentemente sob medida, sorriso discreto e olhar sério. E feliz, visivelmente feliz.
Seria mais uma volta de Cuiabá? Missão profissional? Seja como for, a nossa conhecida Musa da Boa Esperança retornou ainda mais empoderada.
– Déjà vu. Déjà vu – sussurra o mensageiro ao lado, como se também se arriscasse no francês e acrescentasse em seguida: “Eu já vi este filme”.
“Voilà… Voilà…!” – Aí está… Aí está…!
Por sorte, o cronista não está só. No ombro, seu companheiro plumado observa tudo – um voyeur de respeito. Se diz mensageiro oficial da cidade e testemunha ocular dessa cena pública… e, por que não, também privada.
Porque esse é o ofício: narrar a cidade, seus tipos, suas musas e seus brutos – com leveza, ironia e aquela boa e velha dose de responsabilidade crônica.
Cronista da Boa Esperança