Boa Esperança do Norte – A decisão do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), de impor tornozeleira eletrônica em Bolsonaro, causou grande repercussão entre políticos de Mato Grosso. O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), que tem forte apoio no estado, agora está sendo monitorado 24 horas por dia.
A medida foi determinada na sexta-feira (18), durante uma operação da Polícia Federal. A decisão citou risco de fuga. Além disso, impôs o bloqueio das redes sociais e proibiu contato com aliados próximos.

Senadores mato-grossenses reagem à decisão
As declarações dos três senadores de Mato Grosso foram publicadas no jornal Gazeta Digital, de Cuiabá.
Jayme Campos (União Brasil) classificou a medida como “exagerada”. De acordo com ele, o STF tem agido de forma muito dura contra Bolsonaro.
Wellington Fagundes (PL), outro aliado do ex-presidente, também criticou. Segundo ele, Bolsonaro sempre colaborou com a Justiça. Por isso, a decisão foi considerada excessiva. “O PL não concorda com isso”, declarou.
Por outro lado, a senadora Margareth Buzetti (PSD), que substitui Carlos Fávaro, adotou uma postura mais técnica. Conforme afirmou, a decisão é apenas uma etapa do processo legal. Além disso, destacou que Bolsonaro está tendo a chance de defesa em todas as fases. Na sua opinião, a medida já era esperada, pois o ex-presidente está inelegível.
Governador Mauro Mendes defende equilíbrio
O governador Mauro Mendes (União Brasil) comentou o caso com mais cautela. Em entrevista ao portal Olhar Direto, ele disse que ainda analisava os detalhes da decisão. No entanto, elogiou a postura de Bolsonaro, chamando-a de “sensata”.
Ainda segundo Mendes, é preciso lucidez e responsabilidade por parte das instituições. “Estamos correndo risco de uma grave crise institucional”, alertou.
Antonio Galvan aponta ataque à liberdade
O ex-presidente da Aprosoja, Antonio Galvan (DC), também se manifestou. Na visão dele, a decisão de Moraes “fere a liberdade de expressão”, disse em sua rede social. Além disso, ele acusou o STF de tentar “calar um líder da direita conservadora”.
Pré-candidatos ao governo e Senado não se manifestam
Até a tarde de 18 de julho, alguns dos principais nomes da política estadual ainda não haviam comentado o caso.
Entre eles estão:
- O vice-governador Otaviano Pivetta (Republicanos)
- A deputada estadual Janaína Riva (MDB)
- O ministro da Agricultura Carlos Fávaro (PSD), atualmente licenciado do Senado
Todos esses nomes são cotados para disputar o governo ou o Senado nas próximas eleições. Enquanto isso, outros como Fagundes, Mendes, Campos e Galvan também são considerados pré-candidatos.
Apreensões feitas pela Polícia Federal

Durante a operação, a Polícia Federal recolheu:
- US$ 14 mil em espécie
- R$ 8 mil em dinheiro vivo
- Um pen drive
- O celular pessoal de Bolsonaro
Além disso, Bolsonaro foi proibido de:
- Usar redes sociais
- Falar com o deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP), que está nos Estados Unidos
- Ter contato com diplomatas ou entrar em embaixadas
Medidas restritivas aplicadas ao ex-presidente
Bolsonaro deverá cumprir recolhimento domiciliar noturno, das 19h às 7h. Inclusive nos finais de semana, ele deverá permanecer em casa durante todo o período.
Dessa forma, a decisão do STF continua gerando debate em todo o estado. Em Mato Grosso, onde Bolsonaro possui grande base de apoio, o assunto domina as conversas e discussões políticas. Por isso, muitos acompanham atentamente os desdobramentos do caso.