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‘Nas fileiras da gloriosa’: a trajetória de Ana até a PM de Boa Esperança
Imagem: Reprodução/Arquivo pessoal

‘Nas fileiras da gloriosa’: a trajetória de Ana até a PM de Boa Esperança

01/05/2025

Boa Esperança do Norte – Em homenagem ao mês das mães, o Jornal da Boa Esperança destaca, durante o mês de maio, histórias inspiradoras de mulheres que vivem na cidade. São mães que, além de cuidarem da família, também contribuem com a comunidade e mostram força no dia a dia.

A primeira personagem desta série é a policial militar Ana Liah Gomes, ou, como é mais conhecida por aqui, soldado Ana.

De Cuiabá para o interior de Mato Grosso

Ana nasceu em Cuiabá e cresceu em Várzea Grande, cidade vizinha e segunda maior do estado. Com bom humor, ela se define como uma “cuiabana raiz” e brinca: “Só sairia da casa da mamãe pra casar.” Foi exatamente o que aconteceu: casou-se, teve uma filha — que completa 4 anos no próximo mês — e devido à divergência de ideias se divorciou, mas mantém uma relação amigável com o pai de sua filha.

Hoje, aos 29 anos, ela vive a maternidade de forma independente e com orgulho. “Curto minha solitude. Prefiro ficar sozinha do que aceitar qualquer um.” E reforça que como mãe solteira é preciso ter uma atenção e cuidado maior em relação a pessoa que irá se relacionar devido a ter uma filha. “É nossa responsabilidade como mulher proteger nossas filhas e isso como em vários outros âmbitos da maternidade requer renúncias”, diz.

A policial militar Ana e a sua filha (Imagem: Reprodução/Arquivo pessoal)

Infância nos livros

Filha única, Ana nem sempre pôde brincar na rua. “Tiveram fases que minha mãe não deixava eu sair para brincar”, lembra. Foi então que encontrou nos livros um novo mundo. “Li muitos livros, e isso me ajudou bastante na escola, principalmente em Português.”

Esse gosto pela leitura despertou nela o sonho de cursar Direito. Chegou a iniciar a graduação, mas teve que trancar no terceiro semestre por não conseguir pagar a mensalidade. “Infelizmente, não dava.”

Uma virada com garra

Sem desistir, Ana optou por um curso mais acessível: Serviço Social. Estudou, estagiou e se formou. Porém, quando terminou a faculdade, já estava aprovada no concurso da Polícia Militar de Mato Grosso. “Escolhi seguir o caminho da farda. Ingressar nas fileiras da gloriosa foi uma decisão com muito significado pra mim.”

O desafio da farda

A aprovação não foi fácil. Ela passou por cinco fases do concurso e enfrentou dez meses intensos no Curso de Formação de Soldados (CFSD). “Foi puxado, mas valeu cada esforço. Este ano completo dois anos como policial militar.”

Logo após a formação, foi designada para Boa Esperança do Norte, a cidade mais jovem do Brasil. Aqui, ela se tornou a única mulher em um pelotão com 13 policiais. “Foi um choque. Longe da família, dos amigos, e de tudo que eu conhecia da vida urbana.”

Da cidade grande para a rotina do interior

Acostumada com cinemas, barzinhos, festas e shoppings, Ana viu sua rotina mudar completamente. “De repente, estava longe de tudo isso, lutando para realizar meu sonho de ser policial.”

Hoje, o sentimento é outro. “Já não sofro como antes. Aprendi a gostar de Boa Esperança do Norte. Trabalho com muita garra para proteger a cidade e exercer meu papel com excelência.”

Ana, além de mãe e policial, se tornou também parte do cotidiano da cidade. Entre patrulhas e conversas com moradores, ela já é vista como uma boaesperancense de coração.

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Renato de Souza

Doutor em Letras pela Universidade Federal do Rio Grande, Renato de Souza é o jornalista responsável pelo Jornal da Boa Esperança (DRT: 50317/SP). Com ampla experiência em jornalismo digital, rádio e assessoria de comunicação, é também escritor e editor, autor de seis livros publicados de forma independente. Renato é pesquisador em Literatura, com interesse especial pelas crônicas de Plínio Marcos, e atua como produtor cultural e professor, dedicando-se à promoção da escrita criativa e do diálogo entre literatura e sociedade.

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