Boa Esperança do Norte – A redução das bolsas para estagiários da rede municipal tem causado preocupação entre pais, professores e alunos. Especialmente aqueles que dependem do suporte desses profissionais para garantir um ensino de qualidade.
Entre os mais afetados estão os alunos com necessidades especiais. Eliane Welter Frozza Gotz, mãe de Lucas, um menino cadeirante, teme que a medida prejudique diretamente o filho. “Ele chega no transporte e precisa de alguém para levá-lo até a sala. Sem os estagiários, como ele vai ser atendido?”, questiona.
Entenda o corte nas bolsas
Para entender melhor o problema, é preciso olhar para a origem da decisão. A Câmara de Sorriso aprovou uma lei que reduz em quase 50% os valores pagos aos estagiários. A medida, aprovada por 7 votos a 3, afeta 34 estagiários da educação básica em Boa Esperança do Norte.
Como o município ainda está em transição administrativa, o pagamento das bolsas continua sendo responsabilidade de Sorriso. Dessa forma, os estagiários locais sofrem os impactos sem que a prefeitura de Boa Esperança tenha controle direto sobre a situação.
Estagiários protestam e pais ficam apreensivos
No dia seguinte à aprovação da lei, parte dos estagiários de Sorriso decidiu suspender suas atividades em protesto contra a redução. Esse movimento trouxe ainda mais apreensão para Boa Esperança do Norte, pois existe o risco de a paralisação se estender para o município.
Além disso, muitos pais estão inseguros sobre o futuro do atendimento escolar. Sem estagiários, os alunos com necessidades especiais podem enfrentar grandes dificuldades. Eliane reforça:
“Quem vai cuidar do meu filho? Não posso mandá-lo para a escola sem esse auxílio.”

Impacto na educação e alunos com necessidades especiais
A redução das bolsas, assim, não afeta apenas os estagiários. Como consequência, professores perdem apoio em sala de aula e alunos com deficiência ficam sem o suporte adequado.
Por isso, muitos questionam a decisão. Eliane argumenta:
“Sempre ouvimos que é preciso dar atenção especial às nossas crianças, aos autistas, aos cadeirantes. Mas, com menos estagiários, como isso vai acontecer?”
Além do mais, a remuneração reduzida desmotiva os estagiários. Muitos dependem desse valor para suas despesas e podem desistir da função. “Quem vai trabalhar por esse valor?”, questiona a mãe.
Vereadores pressionam por soluções
Diante da situação, a Bancada da Esperança – composta pelos vereadores Izaqueu de Andrade, Professora Joana, Sidiney Piratininga e Professora Daniely Peters – protocolou um pedido formal à Câmara Municipal.
Além disso, eles solicitaram ao prefeito Calebe Francesco Francio que tome medidas urgentes para minimizar os impactos. “Sem estagiários, alunos e professores serão prejudicados. O Executivo precisa agir agora”, defenderam os parlamentares.
Por outro lado, o prefeito, que está em viagem oficial a Brasília, retornaria na quinta-feira (20/02) ao município. A expectativa é que ele analise a situação e anuncie providências assim que voltar.
O que pode acontecer agora?
Com a mobilização da comunidade e a pressão política, espera-se que a prefeitura encontre alternativas para reduzir os impactos do corte. Enquanto isso, pais e professores seguem apreensivos sobre o futuro da educação em Boa Esperança do Norte.